sábado, 19 de setembro de 2020

Aqui viveu...




"... Em nome da família de Aquilino Ribeiro, usou da palavra o seu neto, Aquilino Machado. Aos presentes, contou que foi no número 7 da Rua António Ferreira que Aquilino ribeiro viveu o período final da sua vida, ao que tudo indica entre 1952 e 1963.

“Foi um período muito intenso do ponto de vista do seu magistério literário. Aqui trabalhou obras como ‘A Casa Grande de Romarigães’, ‘Quando os lobos uivam’, ‘Um escritor confessa-se’ e ‘O livro de Marianinha’, notou Aquilino Machado. Além disso, recordou, a casa do seu avô foi palco de “uma intensidade de tertúlias literárias e culturais, de resistência ao Estado Novo”.

Para a família, o descerramento desta lápide constitui pois “uma justa homenagem a alguém que se bateu pelos valores da democracia, pelos valores elevados da literatura”. ..." (ler +)

"O pior dos crimes é produzir vinho mau, engarrafá-lo e servi-lo aos amigos"

"... Evocar Aquilino está, pois, para além da sua própria dimensão e do seu tempo. Evocá-lo é também, hoje, gritar a revolta contra os ataques do centralismo do terreiro do Paço; gritar os ataques desferidos contra o interior; os ataques contra os municípios e as freguesias; os ataques aos tribunais; ao serviço nacional de saúde e à escola pública, afinal, àqueles serviços e instituições que verdadeiramente diferenciam e dão sentido à ocupação de todo o território nacional, com particular ênfase do interior de Portugal.

Evocar Aquilino é também hoje uma luta, uma luta permanente, pela defesa da nossa dignidade; das nossas espécies; dos nossos produtos mais genuínos; da nossa diversidade cultural.

E termino com uma das frases mais citadas de Aquilino, um ex-libris, um grito de esperança:

Alcança quem não cansa!