D.L.24
"Decadentista convicto, [o Visconde de Vila-Moura] surpreendia-se quando lhe chamavam romântico: Eu fui, algures, apodado de romântico, eu que ousei um dos mais estranhos e difíceis capítulos da vida humana; a loucura sensual na Nova Safo. […]
Maria Peregrina, a Nova Safo do romance, tenta argumentar e defender a sua razão sensual de existir, a sexualidade extravagante que é conflito dolorosíssimo entre o instinto próprio e a mesquinhez alheia, esse conflito que não resulta da acuidade da inteligência, mas de um mistério emocional; fá-lo sobretudo na longa Elegia da Morte que conclui o livro. Maria Peregrina permite-se conceder a si própria o direito a toda a perversão, se perversão é amar a parte bela da matéria. E não se trata de uma atitude onde não caiba Deus: Creio no Deus de todos os cultos, embora aborreça a liturgia que o oculta.
..." (daqui)
D.L.35
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