Diz ele assim
Que falta nesta cidade?... Verdade.
Que mais por sua desonra?... Honra.
Falta mais que se lhe ponha?... Vergonha.
O demo a viver se exponha,
Por mais que a fama a exalta,
Numa cidade onde falta
Verdade, honra, vergonha.
Quem a pôs neste rocrócio?... Negócio.
Quem causa tal perdição?... Ambição.
E no meio desta loucura?... Usura.
Notável desaventura
De um povo néscio e sandeu,
Que não sabe que perdeu
Negócio, ambição, usura.
...
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E neste soneto
A cada canto um grande conselheiro.
que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,
e podem governar o mundo inteiro.
... ...
Finalmente
Neste mundo é mais rico, o que mais rapa:
quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
com sua língua ao nobre o vil decepa:
o velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
quem menos falar pode, mais increpa:
quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por Tulipa;
bengala hoje na mão, ontem garlopa:
mais isento se mostra, o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa,
e mais não digo, porque a Musa topa
em apa, epa, ipa, opa, upa.
quem mais limpo se faz, tem mais carepa:
com sua língua ao nobre o vil decepa:
o velhaco maior sempre tem capa.
Mostra o patife da nobreza o mapa:
quem tem mão de agarrar, ligeiro trepa;
quem menos falar pode, mais increpa:
quem dinheiro tiver, pode ser Papa.
A flor baixa se inculca por Tulipa;
bengala hoje na mão, ontem garlopa:
mais isento se mostra, o que mais chupa.
Para a tropa do trapo vazo a tripa,
e mais não digo, porque a Musa topa
em apa, epa, ipa, opa, upa.
Genial, não?
Upa! Upa!
Não é só atual. É intemporal... Não conhecia. Vou ter de investigar. Obrigada por ter dado a conhecer.
ResponderEliminarBeijinhos, upa! upa!...
De nada.
ResponderEliminarJá investigou? Estou mesmo daqui a ver que lhe agradou...
Bjinhos