segunda-feira, 29 de junho de 2009

Palácio de PINA MANIQUE

Situado no Largo a que deu nome, o palácio que se situa entre as travessas do Maldonado e da Cruz e que pertenceu a D. Diogo Inácio de Pina Manique, o famoso Intendente da Polícia ao tempo da Rainha D. Maria I, encontra-se no estado que as fotos documentam, aguardando merecida recuperação/reabilitação. . .
Aqui se encontra sediado o Sport Clube Intendente, fundado em 1 de Junho de 1933, e que é uma das colectividades mais antigas da Freguesia dos Anjos. As actividades desta agremiação vão desde o jogo das setas, passando pelo Futsal e ténis de mesa, até à realização de convívios entre os associados.
Muito degradado, este Largo do Intendente que foi outrora local pitoresco e de grande animação comercial, passagem obrigatória, de tráfego intenso, para quem se dirigia aos arrabaldes, até à abertura da Av. Dona Amélia, hoje Almirante Reis!...

sábado, 27 de junho de 2009

Cerâmica "VIÚVA LAMEGO"...


...um prédio forrado a azulejos, da autoria de Ferreira das Tabuletas.
Uma obra de arte, no centro de Lisboa - Largo do Intendente, tornejando para a Av. Almirante Reis.
Vá ver de perto!
Antes, faz todo o sentido consultar o site da VL
150 anos de História!

sábado, 20 de junho de 2009

MADRAGOA, qu'é tão boa!...

"Não passes à Madragoa", é o fado, com letra de Frederico de Brito e música de Armandinho, interpretado por Raul Pereira, que escolhi para ouvir durante esta voltinha pela bela Madragoa.
Porém, nesta passagem pelo bairro, não poderia deixar de apontar duas ou três situações que reclamam intervenção urgente, sob pena de as designações de "monumento", "monumento nacional", "edifício histórico"..., deixarem de fazer sentido ou passarem a ter outro...
Começo pelo Largo da Esperança, onde se situa o imponente Chafariz da Esperança, classificado como Monumento Nacional, e o monumento ao Almirante Gago Coutinho, percursor da navegação aérea, o "sábio privativo da Madragoa", que residiu na Rua da Esperança, onde se situa um outro prédio histórico porque foi o local onde se reuniu o último comité revolucionário.
As fotografias falam por si
Se passar pela Madragoa, não deixe de visitar, na Rua da Esperança, o Museu da Marioneta, instalado no que foi o Convento das Bernardas e, se for no próximo dia 28, aproveite para ver, na Junta de Freguesia de Santos-o-Velho, a exposição sobre Fernanda Baptista e assistir ao espectáculo de encerramento, com fados e a Marcha da Madragoa. Promete!...
"Madragoa, Madragoa
Gosto de ti, acredita
A tua gente é tão boa
Não há em toda a Lisboa
Outro bairro tão catita!"

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Olh'á Bica !

Creio que não faltarei à verdade ao afirmar que o elevador da Bica é um dos ex-libris de Lisboa e também desse bairro histórico da Bica, que se situa numa das mais íngremes colinas da cidade. Estabelecendo a ligação entre o Largo do Calhariz e a Rua de São Paulo, este elevador, classificado em 2002 como Monumento Nacional, circula pela rua da Bica de Duarte Belo, dele se alcançando uma bela vista sobre o Tejo. O pitoresco do bairro e deste elevador, transformam o local em via sacra de grande parte dos turistas que visitam a cidade e não só... Agora, pelos Santos Populares, todos os bairros populares se enfeitam para os arraiais das festas de Lisboa e, claro, a Bica não é excepção, tanto mais que tem também grandes tradições fadistas - o consagrado Fernando Farinha, que ficou conhecido como "Miúdo da Bica", embora natural do Barreiro, ali residiu desde criança, mas também ali residiram Manuel de Almeida, Lucília do Carmo e Carlos do Carmo, entre outros... De facto, a Bica estava toda engalanada, mas o que mais me tocou foi o vandalismo, que as fotos patenteiam e que nada poupa- do próprio eléctrico à porta da Biblioteca Camões, da CML...
Ou será que isto é arte urbana?!...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

O HOSPITAL DE ARROIOS

Inexplicável, o estado de degradação em que se encontra o Hospital de Arroios, ali ao Chile.
Um belo cartão de visita, não há dúvida!
Trata-se de um edifício histórico, que data do início do séc. XVIII, cuja construção foi financiada por D. Catarina de Bragança.
Ali funcionou um colégio de Jesuítas e seguidamente um convento de freiras Franciscanas.
Em finais do séc XIX, o Estado tomou conta do imóvel, passando então a funcionar ali o Hospital Rainha D. Amélia, destinando-se apenas à prevenção e tratamento da tuberculose; após a Implantação da República, passou a designar-se Hospital de Arroios; desactivado em 1993, encontra-se devoluto desde então e o estado é o que as fotos mostram.
A Igreja, que foi do convento, com entrada pela Rua Quirino da Fonseca, continua aberta ao culto, mas agora ao serviço da Capelania Ucraniana do Rito Bizantino Católico.
Será que este edifíco, património arquitectónico, que resistiu ao terramoto de 1755, conseguirá resistir à incúria e má memória dos homens?...

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Do Jardim Braancamp Freire à MOURARIA

Do Campo dos Mártires da Pátria à Mouraria, é um saltinho...

Antes, vale a pena conhecer melhor o jardim Braancamp Freire, onde já existiu uma praça de toiros e que agora tem lagos, esplanada, belas espécies animais e vegetais, de que se destaca uma secular "Árvore dos Namorados"...

Depois, desce a encosta que o leva até ao "Largo Martim Moniz" e, atravessando para o lado de lá, já está ali, no sopé da Mouraria, junto à Capela de Nossa Senhora da Saúde, Padroeira dos Fadistas, a Nossa Senhora do Fado!

A dois passos, entrando pela Rua do Capelão, encontra o "Monumento ao Fado", mais adiante a casa onde viveu a fadista Severa e, quase em frente, uma lápide assinala a casa onde nasceu um dos maiores fadistas da sua geração- Fernando Maurício. É a Mouraria o "berço do Fado", mas igualmente "berço de fadistas"... Foi lá também, um pouco mais acima, na Tr. dos Lagares, que cresceu Mariza e aprendeu a cantar o Fado.

Porém, para nos acompanhar neste passeio pela Mouraria, escolhi, não um fadista da Mouraria, mas uma das vozes masculinas da nova geração de que mais gosto, o Pedro, o mais novo dos manos Moutinho, interpretando o fado "Adeus Mouraria", do inspirado Artur Ribeiro.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

DIA DE PORTUGAL

Cantando espalharei por toda parte, Se a tanto me ajudar o engenho e arte
As armas e os barões assinalados, / Que da ocidental praia Lusitana, / Por mares nunca de antes navegados, / Passaram ainda além da Taprobana, / Em perigos e guerras esforçados, / Mais do que prometia a força humana, / E entre gente remota edificaram / Novo Reino, que tanto sublimaram; E também as memórias gloriosas / Daqueles Reis, que foram dilatando / A Fé, o Império, e as terras viciosas / De África e de Ásia andaram devastando; / E aqueles, que por obras valerosas / Se vão da lei da morte libertando;
in Os Lusíadas - Canto I, de Luís Vaz de Camões
O INFANTE ...
Quem te sagrou criou-te português.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
in Mensagem, de Fernando Pessoa
Hino Nacional, interpretado pelo Coro do Teatro S. Carlos.

domingo, 7 de junho de 2009

"BARCOS DO TEJO"

Cá no alto do castelo / Está S. Jorge a dominar / Olha o Tejo com desvelo / A vê-lo correr pró mar / Vejo as velas tão branquinhas / Barquinhos a deslizar / Os barcos são alfacinhas / E não vão, não vão pró mar

Barcos do Tejo
P’lo rio afora
Eu bem os vejo
Namorar Lisboa
Iguais as velas
Que deram fama
Às caravelas
De Vasco da Gama
Barcos do Tejo
A navegar
Que eu bem os vejo
Olhando pró mar
Barcos do Tejo
Velas à vela
São filigrana de Lisboa Nobre e tão bela
Destas muralhas com glória
Cá no alto do castelo
Deito os olhos pró Restelo
E oiço falar a História
Velas ao vento tal qual
As que vês lá em Belém
Mostraram ao mundo quem
E o valor de Portugal

Fernanda Maria interpreta este fado, com letra de Lopes Victor e música de Martinho d'Assunção, fado que evoca esses barcos cuja decoração é, sem dúvida, uma marca de identidade cultural ligada ao estuário do Tejo. Barcos de pesca, de transporte de mercadorias ou de passageiros, os varinos, as fragatas, catraios, faluas, canoas, botes de fragata, entre outros tipos de embarcações, fazem parte do património e cultura de todas as povoações ribeirinhas que, como a de Lisboa, têm o estuário do "Tejo a seus pés".

sexta-feira, 5 de junho de 2009

CINE ROYAL - "Por favor, tirem-me deste filme!"

Na R. da Graça, 100, existe o Pingo Doce mais bem instalado de Lisboa. Pois é!...
Neste espaço, projectado pelo arqº Norte Júnior a mando do seu proprietário Agapito da Serra Fernandes, funcionou o primeiro sonoro da Cidade.
Inaugurado em finais de 1929, dá-se, em 5 de Abril de 1930, a primeira exibição de um filme com som "Sombras Brancas nos Mares do Sul", de Van Dyke, um filme da Metro-Goldwin-Mayer, estreando então o Cine Royal o seu equipamento sonoro com aparelhos da Western Electric; a presença do Presidente da República assinalou a importância do evento.
Creio não andar longe da verdade, ao afirmar que este equipamento (como agora soi dizer-se...) faz parte da História da Cidade. Uma parte que há muito anda perdida, convertida em superfície comercial, sofrendo a degradação própria do que não é, mas como tal é utilizado...
Por certo a beleza da fachada chamará a atenção dos mais curiosos que repararão depois, inscrito no relógio, no nome com que este espaço foi baptizado e perceberão, então, que estão num Cinema, mas a fazer compras...
Nada tendo contra as superfícies comerciais, pergunto
-Será esta a forma de se tratar com dignidade a História da nossa Cidade?!
Agora é que é caso para dizer com toda a propriedade:
-Por favor, tirem-me deste filme!...

quarta-feira, 3 de junho de 2009

ELEVADOR DO LAVRA

Inaugurado em 19.04.1884, é o eléctrico mais antigo de Lisboa, classificado como Monumento Nacional.
Situa-se na Calçada do Lavra, ligando a Tr. do Forno do Torel ao largo da Anunciada.