ACap.1916
AMAR OU ODIAR
Amar ou odiar: ou tudo ou nada!
O meio termo é que não pode ser
A alma tem d’estar sobressaltada
P’ra o nosso barro se sentir viver.
Não é uma cruz a que não for pesada,
Metade dum prazer não é um prazer;
E quem quiser a alma sossegada
Fuja do mundo e deixe-se morrer.
Vive-se tanto mais quanto se sente;
Todo o valor está no que sofremos…
Que nenhum homem seja indiferente!
Amemos muito, como odiamos já:
A verdade está sempre nos extremos,
Porque é no sentimento que ela está.
(in Sonetos de Amor, 1922)
"... Estreou-se com a obra Náufragos (1892), contando entre as suas produções mais relevantes Carta a um Poeta (1899) e Sonetos de Amor (1922). Foi publicada postumamente uma edição definitiva das obras completas, em dois tomos, com o título de O Meu Livro (1941). O poeta e publicista João de Barros definiu-o nestes termos: Fausto Guedes é um poeta de sempre. Forneceu numerosas coplas a Augusto Hilário, um dos grandes cultores do fado de Coimbra. ..." (ler+)
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