sábado, 1 de fevereiro de 2020

O REGICÍDIO



Esta é a placa que eufemisticamente, digamos assim, assinala o Regicídio, isto é, o assassinato do Rei de Portugal e do Príncipe Real. De facto, parece-me que essa expressão "morreram pela Pátria" não espelha devidamente as circunstâncias da morte, tentando dissimular um crime de lesa-pátria...

I.P.

"... Há pouca gente no Terreiro do Paço. Quando a carruagem circulava junto ao lado ocidental da praça ouve-se um tiro e desencadeia-se o tiroteio. Um homem de barbas, passada a carruagem, dirige-se para o meio da rua, leva à cara a carabina que tinha escondida sob a sua capa, põe o joelho no chão e faz pontaria. O tiro atravessou o pescoço do Rei, matando-o imediatamente. Começa a fuzilaria: outros atiradores, em diversos pontos da praça, atiram sobre a carruagem, que fica crivada de balas.[carece de fontes]

Os populares desatam a correr em pânico. O condutor, Bento Caparica, é atingido numa mão. Com uma precisão e um sangue frio mortais, o primeiro atirador, mais tarde identificado como Manuel Buíça, professor primário expulso do Exército, volta a disparar. O seu segundo tiro vara o ombro do rei, cujo corpo descai para a direita, ficando de costas para o lado esquerdo da carruagem. Aproveitando isto, surge a correr de debaixo das arcadas um segundo regicida, Alfredo Costa, empregado do comércio e editor de obras de escândalo, que pondo o pé sobre o estribo da carruagem, se ergue à altura dos passageiros e dispara sobre o rei já tombado.[carece de fontes]

A rainha, já de pé, fustiga-o com a única arma de que dispunha: um ramo de flores, gritando “Infames! Infames!” O criminoso volta-se para o príncipe D. Luís Filipe, que se levanta e saca do revólver do bolso do sobretudo, mas é atingido no peito. A bala, de pequeno calibre, não penetra o esterno (segundo outros relatos, atravessa-lhe um pulmão, mas não era uma ferida mortal) e o Príncipe, sem hesitar, aproveitando porventura a distracção fornecida pela actuação inesperada da rainha sua mãe, desfecha quatro tiros rápidos sobre o atacante, que tomba da carruagem. Mas ao levantar-se D. Luís Filipe fica na linha de tiro e o assassino da carabina atira a matar: uma bala de grosso calibre atinge-o na face esquerda, saindo pela nuca. D. Manuel vê o seu irmão já tombado e tenta estancar-lhe o sangue com um lenço, que logo fica ensopado.[carece de fontes]..."  (ler +)


I.P.

"O regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, perpetrado por Buíça e Alfredo Costa e secundado por uma conspiração onde pontificava Aquilino Ribeiro, vitimou el-Rei D. Carlos e seu filho primogénito, D. Luiz Filipe, que viajavam entre o Terreiro do Paço e as Necessidades numa carruagem aberta onde seguiam também D. Amélia e D. Manuel II, que escaparam ao atentado.
Este crime marcou o final de uma época de paz para Portugal.

Deu um golpe mortal na monarquia portuguesa, sendo o primeiro crime de morte sobre um Chefe de Estado português. A forma de fazer política utilizando o crime prosseguiria depois: Sidónio Pais virá também a ser assassinado e a onda de atentados à bomba e crimes de sangue continuará até mesmo depois do golpe militar de 28 de Maio de 1926.

A república que se instalou dois anos depois desta mancha negra da nossa história, em 1910, está assente neste acto cobarde que derruba um regime plenamente democrático onde o partido republicano concorria e perdia as eleições com menos de 10% dos votos. ..." (ler+)

I.P.

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