sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

ALBERTO DE MONSARAZ


 Miserere

Ai, povo português, que entre os mais povos 
Foste heróico, e sublime, e egrégio outrora, 
Quando entre o batalhar das raças fortes,
Da guerra entre o rugir das tempestades,
Peito a peito lutando, braço a braço,
O olhar em fogo e os lábios espumantes,
Erguias o estandarte vitorioso
Na negra dentadura das muralhas
E fazias flutuar as santas quinas
No espaço azul das glórias que não morrem.

Ai, povo português, povo maldito,
De sangue envenenado, que circula
Nas veias duma raça decadente,
Que de sonhos esplêndidos desperto,
Acordado no charco onde apodrece
A carne vil dos povos condenados,
Embalde tentas, num impotente esforço
Ser digno dos avós que te ilustraram
E que da escuridão da morte fitam
O duro olhar na tua decadência.

Ai, povo português, que choras, gemes
E soluças na dor que fibra a  fibra
Convulsiona o teu ser abastardado .
Ao Céu erguendo os olhos rasos de água,
Imploras, desgraçado, o sangue novo,
A alma nova, que insuflada em estos
De arrojo e de bravura, revigore
Em ti o teu passado deslumbrante;
À força dos teus músculos de ferro,
A viva fé que enchia os olhos castos
Dos velhos Portugueses que lutaram
Sobre os oceanos e nos campos de batalha,
Onde com sangue e lágrimas teceram
Os versos de oiro, as rimas deslumbrantes
Das tuas epopeias imortais.

Ai, povo português, que Deus te salve
E, se puder, que os nossos peitos encha
Dessa luz, dessa fé consoladora,
Que as nuvens do futuro dissipando,
Entre de vez no mundo das estrelas…
Luz que ilumine as páginas da História
E vá com estrelas escrever os feitos,
Exaltar tantos rasgos de bravura,
Que entre os povos da terra o mundo espantam!

Raça de heróis, que Deus se compadeça
De ti e te resgate a Providência. 


"Alberto de Monsaraz (Lisboa, 28 de Fevereiro de 1889 — Lisboa, 23 de Janeiro de 1959), o 2.º conde de Monsaraz, foi um político e poeta cultor do parnasianismo histórico. Militante monárquico, opôs-se activamente ao regime republicano, o que o forçou repetidamente ao exílio. Aderiu ao movimento do Integralismo Lusitano ..." (ler+)


D.L.21

D.L.24

D.L.51

terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

CESÁRIO VERDE


D.L.48

GCF55

D.L.55

"Nas nossas Ruas, ao anoitecer, 
Há tal soturnidade, há tal melancolia, 
Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia 
Despertam-me um desejo absurdo de sofrer."

sábado, 22 de fevereiro de 2025

ANTÓNIO ALVES MARTINS

I.P.21

D.L.24

D.L.26


" António Alves Martins (Viseu, 1 de Outubro de 1894 — Viseu, 22 de Fevereiro de 1929), foi um jornalista e poeta português.

O poeta, sobrinho do bispo António Alves Martins, estudou na Faculdade de Direito de Lisboa. Trabalhou como redactor no jornal Diário de Lisboa. Foi preso por ser monárquico.

Morreu em 1929 vítima de Tuberculose. " (daqui)

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

A. VICTOR MACHADO

 

D.L.



Alberto Vítor Machado (1892- 18.02.1939) escritor português que se dedicou a diversos géneros literários como o conto, novela, romance, poesia, letras para fados e canções, teatro e opereta.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025

TOMÁS DA FONSECA

D.L.



"...  foi perseguido pelas suas ideias políticas e os seus livros alvo de censura e proibição. Em 1918, por se opor à ditadura de Sidónio Pais, é preso durante dois meses. Volta a ser preso em 30 de Novembro de 1928, em Coimbra, por ter participado no movimento revolucionário de 20 de Julho. Em várias ocasiões os seus livros foram confiscados pela PIDE. Os seus movimentos eram constantemente vigiados, assim como os das pessoas com quem convivia. Denunciou as condições prisionais do regime, o que lhe valeu a prisão a 8 de Maio de 1947, por ter protestado contra a existência do Campo de concentração do Tarrafal, nas ilhas de Cabo Verde. ..."  (daqui)

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

ALFREDO BROCHADO

 

D.L.


Meu Coração eu Perdi-o

Meu coração eu perdi-o,
Não era meu entreguei-o
Às tristes águas do rio,
Para o levar ao teu seio.

E o rio que ao longe chora,
Foi-to levar a correr,
E por mais que eu faça, agora,
Já não o sinto bater.

Meu coração descontente,
Meu coração sofredor,
Lancei-o à água corrente,
Para o levar ao meu amor.

E o meu amor que sorria,
Como uma rosa em botão,
Chora desde aquele dia,
Em que viu o meu coração.

Alfredo Brochado, in Bosque Sagrado