G.P. 1938
Uma crónica, muito interessante, de Rebelo de Bettencourt, acerca dos cafés de Lisboa e dos seus notáveis frequentadores, nos anos (19)30. Uma vivência de tertúlias que perdurou até aos anos (19)70 e se extinguiu com os novos tempos...
Será o Café «Madrid», a que Bettencourt então dava a sua preferência, o mesmo café a que se refere Manuel da Fonseca, ao lembrar como aconteceu o seu 1º livro?
«E o primeiro livro?»
«-Bem, antes dele eu colaborei um pouco n'O Diabo e noutros sítios. Um dia o meu amigo Paulo Crato levou-me ao Café Madrid, na Rua 1.° de Dezembro, em Lisboa, e estavam lá os primeiros neorealistas, o Mário Dionísio, o Redol, o Jorge Domingos, e também o Piteira Santos. Era o tempo da guerra de Espanha e o Madrid enchia-se de oposicionistas por causa do nome. Na altura eu vendia papéis químicos. Caixeiro-viajante de papéis químicos. Ganhava à comissão: vinte e cinco por cento. Um dinheirão. Mas compravam-me uma folha e eu vendia caixas!»
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