sábado, 25 de julho de 2009

A ALFACINHA (Conclusão)

" A Alfacinha é, em média, a senhora da Europa que vai mais ao Teatro" , isto em 1908, quando éramos pouco mais que "atrasados"; agora, que somos evoluídos, é diferente, claro!...
Quanto à origem deste curioso termo - Alfacinha-, empregue para designar os naturais e/ou residentes em Lisboa, não é clara a sua etimologia.
Regista o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, que "Para alfacinha (+ lisboeta) não conheço abonações anteriores a 1846: «Pois ficareis alfacinhas para sempre, cuidando que todas as praças deste mundo são como a do Terreiro do Paço...», Garrett, Viagens na Minha Terra, p. 37".
Admite-se a explicação de que, sendo a alface (Ar. alkhass) uma planta abundante e que crescia ao Deus (Allah) dará, em Lisboa, durante o período muçulmano, terá sido único sustento dos habitantes da Cidade, durante um prolongado cerco, permitindo-lhes sobreviver, mas alterando-lhes a rosada cor natural para um inicialmente verde muito discreto, que foi escurecendo depois, com o passar do tempo... Há mesmo quem sustente ser essa a origem d' "Os Verdes", não só dos que estoicamente continuam, mesmo sem cerco, a alimentar-se apenas à base de alfaces e congéneres (mas Bio, já se vê) como também dos que, mesmo sendo verde-lagarto, andam sempre roxos de raiva por perderem todos, digamos, quase todos os torneios com os adversários de outras cores... Não sei se me faço entender!... mas a verdade é que, destes, nem todos são Lisboetas!...

7 comentários:

  1. "(...) Alfacinha que se preza nunca deve estar contente com os vestidos que tem, nem declarar-se vestida."
    A do five-óclock-tea para estragar o apetite para o jantar também está bem corrosiva! É um excelente momento do texto, assim como "Então já sabem a última?..." Típica coscuvilhice!
    Acredito que o público lisboeta continue a ser muito exigente... por enquanto!
    O verde-lagarto nunca anda roxo de raiva, anda sempre a resplandecer de esperança e nunca se preocupa nada com isso, ora bem! Porém, no que respeita aos outros...

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  2. Tudo não passa de uma questão de "ponto de vista", cara Comadre... Não lhe parece?

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  3. "Alfacinha de gema"...talvez misture legumes com ovos e dê uma rica omoleta...

    Só os de fora notam o típico sotaque (sim, sotaque) alfacinha.

    Reparem no treinador do Benfica quando fala...

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  4. Peço desculpa, mas este comentário é para "Ti Maria Benta".

    Tenho tentado, em vão, comentar no seu blogue "Soldado do Fado"...sempre em vão.
    Complicado!

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  5. Caro José, estive a tentar vislumbrar qual seria a razão que impossibilitava colocar os seus comentários no meu blogue. Não percebi! As únicas condições são ter um perfil e fazer a verificação de caracteres. Os comentários nunca são moderados.
    Quanto a esse "sotaque", não sabendo eu se assim se diz, lá que existe existe, esse falar bairrista, tipicamente lisboeta, que Hermínia Silva falava. Até teve direito a protagonismo, num certo excelentíssimo filme, em que contracenou com António Silva.
    Quanto ao resto, não comento vermelhices :)

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  6. Muito interessante. Desconhecia estes factos. Obrigada pela pesquisa e pela partilha. Gosto sempre muito de dizer que sou "uma alfacinha de gema"!! :)
    Beijos.

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  7. Uma Alfacinha de gema e de clara, claro! É completa :)
    Beijinho, Julieta.

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