Nunca me pareceo, quando vos tinha,
Que vos visse mudadas tão asinha
Em tão compridos annos de tormento.
As altas tôrres, que fundei no vento,
Levou, em fim, o vento que as sostinha:
Do mal, que me ficou, a culpa he minha,
Pois sôbre cousas vãas fiz fundamento.
Amor com brandas mostras apparece,
Tudo possivel faz, tudo assegura;
Mas logo no melhor desapparece.
Estranho mal! estranha desventura!
Por hum pequeno bem que desfallece,
Hum bem aventurar, que sempre dura!
D.L.
"Luís de Portugal (Abrantes, 3 de março de 1506 — Lisboa, 27 de novembro de 1555). Filho do rei Manuel I de Portugal e ..." (daqui)
"Luís Vaz de Camões (Lisboa[?], ca., 1524 — Lisboa, 10 de junho de 1579 ou 1580)[1] foi um poeta de Portugal, considerado uma das maiores figuras ..." (daqui)
Sem comentários:
Enviar um comentário