quinta-feira, 20 de junho de 2024

ANTÓNIO FEIJÓ

 "O Fado tem tal encanto,

Que é diverso em cada hora...

Suspira, guitarra, chora!

Cada hora tem seu pranto..."


D.L.26




"ANTÓNIO FEIJÓ (1859 - 1917)
Diplomata. Um dos maiores poetas do seu tempo.

António Joaquim de Castro Feijó nasceu na vila de Ponte de Lima em 1 de junho de 1859, na rua de Santo António[1]. Era filho de José Agostinho de Castro e Sousa Correia Feijó e de sua mulher D. Joana do Nascimento Malheiro Pereira de Lima e Sampaio.

Depois dos estudos preparatórios em Ponte de Lima e em Braga, em 1877 matriculou-se em Direito na Universidade de Coimbra, formação que concluiu em 1882. Terminado o curso, exerceu temporariamente a advocacia, mas depressa abandonou a profissão, para que não se sentia vocacionado, em favor da carreira diplomática. ... (ler+)

D.L.27

D.L.38

Pálida e Loira

Morreu. Deitada num caixão estreito,

pálida e loira, muito loira e fria,

o seu lábio tristíssimo sorria

como num sonho virginal desfeito.


Lírio que murcha ao despontar do dia,

foi descansar no derradeiro leito,

as mãos de neve erguidas, sobre o peito,

pálida e loira, muito loira e fria.


Tinha a cor da raínha das baladas

e das monjas antigas maceradas

no pequenino esquife em que dormia.


Levou-a a morte em sua garra adunca,

e eu nunca mais pude esquecê-la, nunca!

pálida e loira, muito loira e fria.

                      Líricas e Bucólicas, 1884

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